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Você tem medo de quê?

É cada vez maior o número de pessoas que procuram a neurolinguística por conta de seus medos. O medo, definitivamente, está na moda. Sentir medo é uma emoção básica do ser humano, que dá origem a um estado de alerta diante de algum estímulo considerado ameaçador. Ele provoca reações físicas com a descarga de adrenalina no sangue, o que leva a aceleração cardíaca, tremores, sudorese, entre outros sintomas, preparando o organismo para lutar ou fugir. Essa é uma reação do nosso cérebro primitivo, e é muito útil que a tenhamos funcionando, do contrário seria bem provável já estarmos extintos. Não que os dinossauros não tivessem suas reações endócrinas de medo, no caso, atribui-se sua extinção às intempéries do planeta. Ou a outro fenômeno que desconhecemos. Aliás, a filosofia sugere que a morte e o medo sejam a mesma coisa, porque ambas são desconhecidas.

Afora a morte e os filósofos, sabemos que muitos medos se transformam em fobias e trazem desconforto a muita gente. Tão em evidência hoje em dia, as fobias se generalizaram. Basta viver para se ter medo. É fobia de elevador, de multidão, de cachorro, de pegar vírus de gripe, enfim, até a fobia de sentir fobia está se tornando comum.

Esse processo acaba gerando, muitas vezes, comprometimento nas relações sociais e sofrimento psíquico. Uma das mais famosas, a de voar de avião. O saudoso ator Costinha, por exemplo, fazia suas apresentações e levava o ano inteiro, pois perdia tempo se locomovendo pelas estradas da vida, muitas vezes correndo até mais risco de acidentes, de acordo com as estatísticas. Mas estatísticas não têm fobias e nunca entraram num avião bimotor ou passaram por turbulências. Particularmente, não costumo ter medo de viajar de avião. Só rezo muito, e, diferente de muitas pessoas, não peço a Deus por mim, mas pelo piloto que é o que vai importar realmente.

No entanto, além da fé, fobia tem remédio. A técnica mais eficaz utilizada pela psicoterapia cognitivo-comportamental para tratar o medo se chama “dessensibilização sistemática”. Com ela se constrói uma escala de medo, da leve ansiedade até o pavor, e, progressivamente, o paciente vai sendo encorajado a enfrentar o medo. Dito de outro modo, um enfrentamento em capítulos, só que com a certeza de um final feliz.

Como psicóloga, utilizo esta técnica e também uma técnica da PNL que é muito eficaz e se chama “cura rápida de fobia”. Não, não se trata de milagre. No processo da cura rápida de fobia, o cérebro aprende um novo caminho, diferente daquele que construiu e que leva a pessoa às reações de medo.

Como sabemos que uma pessoa tem realmente uma fobia? Teremos a confirmação imediata se, diante de um estímulo ela super-reagir a uma situação. E para isso não precisa estar diante do estímulo propriamente dito, o simples fato de pensar na situação por si só costuma ser o suficiente para a manifestação da ansiedade, (sudorese, taquicardia). Ao introduzir um novo aprendizado, o que é feito durante a utilização da técnica, o cérebro aprende a gerar outras respostas e, consequentemente, mais opções para lidar com as situações que antes causavam tamanho desconforto.

A maioria das fobias consideradas simples pode ser resolvida com uma ou duas sessões de PNL. Os quadros mais complexos de ansiedade, como na síndrome do pânico, por exemplo, podem precisar de um tempo um pouco maior, ou até mesmo de um tratamento químico concomitante, até que se compreenda inteiramente o espaço do problema e esteja claro o espaço solução para o qual o cliente deseja migrar. Para todos os casos, é necessário, compreender o estado atual da pessoa, e para aonde ela deseja ir (qual é o problema e o que se quer no lugar dele).

Antes de vivenciar a técnica, o terapeuta ajuda o cliente fazendo uma pesquisa transderivacional, onde se identifica o disparador do comportamento problemático. Após isso se instala uma espécie de desvio, que interrompe e reverte o processo. Pode parecer simples demais falando dessa maneira, mas nosso cérebro aprende rápido e não faz distinção entre o que é real e o que é imaginário, além de possuir a capacidade de se transformar de acordo com estímulos e experiências. A neurociência vem estudando intensamente essa plasticidade e a capacidade que temos de reenquadrar situações e resolvê-las.

Então, por trás do processo, aparentemente “mágico”, existe toda uma técnica que foi estudada e desenvolvida, que cuida para que essa mudança seja feita com critérios específicos de boa formulação de objetivos, contemplando a intenção positiva daquele sintoma (no caso, a fobia), o propósito e sua função na vida da pessoa. Afinal, nenhum sintoma está se fazendo presente à toa – sempre traz consigo um recado importante da mente inconsciente.

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